Ansiedade pós-covid: O impacto na vida dos jovens.
- Jo Esteves
- 24 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de abr. de 2022
Viver em um mundo pandêmico nesses últimos 2 anos trouxeram mudanças na organização social que serão perenes. Temos o sentimento que o pior já passou, mas isso não significa que tudo vai voltar a ser como antes.
Durante todo esse período, vivemos num mundo de constante incerteza, notícias angustiantes a cada dia, isolamento social e adaptações na vida pessoal, profissional e escolar. Foi um tempo extremamente desafiador. Nunca imaginamos ficar em casa por tantas semanas e ver o mundo parar.

Chegamos em um momento no qual a ameaça do vírus ainda permanece, mas uma nova realidade se apresenta. Atualmente, com a flexibilização das restrições permitida pela vacinação, estamos vendo os escritórios voltarem a funcionar na modalidade presencial, as aulas sendo retomadas nas escolas, com convivência entre os alunos. O trânsito volta a fazer parte das nossas vidas, as famílias e amigos voltaram a se encontrar.
Um cenário diferente dos tempos de isolamento, mais próximo do que nos é familiar, que parece ser reconfortante. Mas e toda a carga de estresse desses últimos tempos? Será que já deu tempo de nos organizarmos psicologicamente? A resposta é, para a grande maioria das pessoas, não! Os impactos causados pela pandemia vão perdurar. O momento é novamente de ruptura, quebra de rotina e incertezas, e o retorno ao “normal” também tem sido fonte de angústia.
No Brasil, antes mesmo da pandemia, já eram observados números grandiosos de ansiedade e depressão. De acordo com a OMS, aproximadamente 6% da população brasileira sofre com esses transtornos. Com a pandemia, esse número aumentou em 25% globalmente, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-desencadeia-aumento-25-na-prevalencia-ansiedade-e-depressao-em. Esses dados dizem que mulheres e jovens são os mais impactados.
No caso dos jovens, temos recebido notícias de casos de crises de ansiedade coletivas em diversas localidades. Casos como esses nos fazem refletir sobre a importância do cuidado com a saúde física e mental de crianças e adolescentes, e a recomendação é que tenhamos especial atenção às mudanças de comportamento que venham a ser apresentadas.
O retorno da convivência presencial no pós-pandemia pode ser um momento de pressão social elevada para os jovens, em um momento que ainda podem estar tentando se organizar psicologicamente com tudo o que vivemos enquanto precisam se adaptar, mais uma vez, a uma nova rotina.
Aos pais e responsáveis, orientamos observar os comportamentos manifestados pelos filhos como por exemplo o afastamento da família e amigos, alteração no sono e na alimentação, autoestima baixa e autocobrança. Se perceber que algo não está indo bem, dialogue e acolha a criança e o adolescente, dialogue com a escola.
Se for necessário, um profissional da saúde pode ajudar a facilitar o processo. O psicólogo poderá ajudar a identificar os sintomas e poderá auxiliar de maneira mais adequada com o tratamento, além de ser facilitador para a organização das emoções e pensamentos desses jovens.
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